8 de fev. de 2008

Pequenas Vitórias

Acho que uma das coisas mais maravilhosas de se conviver com as pessoas no dia a dia é aprender as lições simples que elas nos ensinam, sem saber. Nos hábitos, nas palavras, nas formas de agir.
    Digo isso porque outro dia estava observando um fato curioso em um colega de trabalho. Ele estava começando a correr diariamente como hobby e, embora afirmasse que estava longe de competir em qualquer maratona, todo dia nos informava com um enorme entusiasmo o "status" da evolução da sua performance nas pistas. E - o mais importante - independente do resultado, ele comemorava! "Hoje, assim que eu consegui completar 10 quilômetros, vou parar num quiosque e beber uma água de côco bem gelada pra comemorar!", disse ele (também um inveterado apaixonado pela bebida).
    Nessas mínimas declarações que eu escutava diariamente, fiz pra mim mesma uma série de observações interessantes: primeiro, que entusiasmo nos nossos projetos é tudo. Segundo, que dividir cada etapa com os outros também é extremamente positivo, porque toda alegria compartilhada é dobrada (assim como todo obstáculo, quando dividido, se torna menor e mais facilmente "ultrapassável"). E até quem tem medo do eterno "olho gordo alheio" - e eu era uma - pode se surpreender em encontrar mais apoio dos outros do que imaginamos.
    E enfim, minha terceira consideração: comemorar nossas pequenas vitórias! O conceito mais simples e motivador da teoria dele: pois não importa se a corrida foi curta, cada etapa da pista exigiu a sua dose de suor e esforço e, quando completada, seu mérito deve ser devidamente reconhecido e comemorado. Porque adiar o champagne só pro final da maratona, se você tem a certeza de que correu o melhor que pôde, mesmo que em apenas um trecho?
    Embalada nessa reflexão, aproveitei para experimentar empiricamente essa teoria num dia quentíssimo, em pleno verão e sob um calor saariano, em que eu tinha resolver vários problemas na rua. Terminada a "maratona" do dia, com alguns problemas resolvidos e outros não, parei num barzinho e pedi um refrigerante e um copo cheio de gelo até a borda. Bebi tudo num gole só. Balanço final da experiência: dia produtivo, porém ainda com algumas pendências a resolver. Mas sempre existe um dia seguinte, o refrigerante estava uma delícia, e eu estava muito feliz! Celebrar essas pequenas vitórias diárias é também uma forma de viver os pequenos prazeres da vida, que são os presentes que realmente acrescentam e preenchem os nossos dias. Quando nos concedemos o direito de comemorar apenas em grandes momentos, estamos de certa forma menosprezando todos as nossas pequenas vitórias que construíram o caminho para chegarmos lá, e negando o mérito genuinamente merecido do nosso suor diário.
    Hora de reaprender com as crianças, que vibram com um desenho concluído, com um brinquedo montado - e sobretudo, capazes de comemorar com intensa alegria a artimanha realizada.
    Quanto à comemoração, ela pode ser simples ou grandiosa - mas que seja curtida com um prazer genuíno e imbuída de significado. Que revigore as energias e amenize os sacrifícios. E que, principalmente, nos permita chegar à nossa conquista final (grandiosa ou não) mais leves, renovados, confiantes e preenchidos de felicidade.
felicidade004

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